segunda-feira, 29 de junho de 2009

Trindade

Livros bons são difíceis de largar acabam sendo um problema: eu acabo dormindo menos do que deveria por vários dias. Quando o livro tem mais de 700 páginas, então, ele se torna um GRANDE problema.

É o caso de "Trindade", do Leon Uris (1976). O livro conta a história de dois amigos (Conor Larkin e Seamus O'Neal), nascidos no pequeno povoado de Ballyutogue, no norte da Irlanda. As vidas de ambos são narradas da segunda metade do século XIX até 1916, a partir do ponto de vista de Seamus, tendo como cenário a região do Ulster irlandês e como foco a questão da autonomia irlandesa.

Alternando fatos históricos com uma trama fictícia bem montada, o livro é extremamente interessante para quem quer conhecer um pouco da história da Irlanda e entender as disputas entre católicos e protestantes na região. A riqueza de detalhes e a profundidade dos personagens é grande, levando o leitor a ficar frenquentemente sem saber onde acaba a ficção e começam os fatos históricos (mas nada que uma boa consulta à Wikipedia não resolva).

Além de "Trindade", posso recomendar como muito boas outras duas obras de Leon Uris: "Exodus" e "O Peregrino" ("The Haj"). O primeiro livro é focado na formação do Estado de Israel e o segundo voltado mais ao lado árabe da questão. Ambos seguem a mesma linha de mescla entre fatos históricos e ficção vista em "Trindade" e têm o seu valor para quem quer entender a questão israelense. Li ainda "Um Deus em Ruínas" - este é inferior aos demais e não tem a carga de história e geografia que fazem a diferença nos textos de Leon Uris, mas ainda sim é um bom livro. Vou tentar falar um pouco mais sobre estas outras obras em breve.

PS - "Trindade" teve uma sequência ("Redemption"), que ainda não li, mas que vou procurar também.