segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Cem Anos de Solidão

Cem Anos de Solidão é considerada uma das principais obras do Nobel de Literatura colombiano Gabriel García Márquez e uma das maiores obras da literatura latino-americana. É um livro de realismo fantástico com um enredo bastante intrincado, o que pode repelir alguns leitores logo no início, mas é tão bom que chega a ser meio ridículo recomendá-lo. 




Para quem não leu ainda e quer ter uma ideia de como é, pense algo na linha de Machado de Assis em Memórias Póstumas de Brás Cubas. Também como Memórias, é um livro que quando lhe obrigam a ler, você provavelmente vai odiar. Quando ler voluntariamente, vai adorar. 

A narrativa se desenrola em torno da saga da fictícia família Buendía, que funda a pequena e remota aldeia de Macondo no interior de um país latino-americano indefinido, cuja história alinha-se com a história colombiana e transcorre aparentemente a partir do início do século XIX (época da independência colombiana), ao início do século XX (quando ocorre a Guerra dos Mil Dias, conflito entre os partidos Liberal e Conservador que devastou a Colômbia e matou cerca de 3,5% da população do país). 

A genealogia das sete gerações de Buendía é deliberadamente confusa em função de relações incestuosas e extraconjugais e também do uso repetido dos mesmos nomes (Aureliano e José Arcádio) para os homens da família, o que faz com que o leitor precise consultar uma árvore genealógica com muita, mas muita frequência. A título de curiosidade, reproduzo abaixo uma das versões da árvore, extraída do site Wikipedia




É um livro complexo, político e uma metáfora extremamente interessante da formação das nações latino-americanas. Trata de temas como conflitos políticos e econômicos, ditaduras, repressão, latifúndios, identidade e claro, isolamento e solidão – em particular da solidão e da identidade da América Latina. Para ser lido com calma e paciência, mas imperdível e considerado a 2ª obra mais importante da literatura hispânica, atrás apenas de Dom Quixote.