Uma das boas coisas do sábado de manhã é o caderno Sabático do Estadão. Sempre traz algumas resenhas ou comentários sobre livros novos e dá para descobrir muita coisa boa. Por indicação do caderno, eu fiquei sabendo do lançamento e comprei "O castelo nos Pirineus" de Jostein Gaarder, autor norueguês de "O Mundo de Sofia" (que vendeu pacas no Brasil uns 10 a 15 anos atrás) e de "O Dia do Coringa" (que não fez tanto sucesso por aqui, mas que eu achei muito melhor que o primeiro).
O "castelo nos Pirineus" tem um estilo diferente de narrativa: é um romance epistolar, em que a estória vai sendo contada através das trocas de e-mails entre os dois personagens principais: Solrun (isso é nome de mulher, ok?) e Stein, que tiveram um romance intenso quando eram estudantes universitários, mas que se separaram por conta de um episódio traumático, inexplicável e que só é descrito lá para o final do livro.
Mais de 30 anos depois da brusca separação, eles se encontram por acaso, já casados e com suas próprias famílias, em um hotel norueguês e decidem iniciar uma troca de e-mails para discutir o ocorrido, sobre o qual cada um tem uma abordagem radicalmente oposta: enquanto Stein é um cientista absolutamente racional e cético, Solrun é uma pessoa profundamente espiritualizada.
O livro é curto, com menos de 180 páginas e pode ficar um pouco chato em alguns trechos, mas é uma leitura interessante e vale a pena resistir até o final. O título "O castelo nos Pirineus" vem de um quadro do belga René Magritte (http://pt.wikipedia.org/wiki/Magritte), que mostra um castelo sobre um rochedo, flutuando no ar e que é uma metáfora para o tal evento inexplicável que causou a separação de Solrun e Stein. Segundo o Leo, "parece o castelo do tio da Zoe, dos Caçadores de Dragões".
