Andei lendo algumas coisas interessantes nos últimos tempos, mas uma que vale a pena registrar é a trilogia Millennium do sueco Stieg Larsson.
O primeiro comentário, claro, é porque raios a editora no Brasil precisava bagunçar tanto os títulos? Eu li o primeiro em papel e o segundo no Kindle e quase comprei o primeiro volume em duplicidade por causa dessa zona com os nomes. E aliás, o nome do autor é Stieg ou Stig? Já vi capas impressas dos dois jeitos, dependendo da edição e da língua. Mas enfim, isso é secundário.
Demora um tempinho até você se acostumar com um texto sueco. Os nomes das pessoas e dos lugares são bizarros e no primeiro volume a coisa fica realmente confusa, tamanha a quantidade de personagens e a falta completa de noção que temos sobre se alguns nomes suecos são masculinos ou femininos (há até uma página com uma árvore genelógica para tentar facilitar, o que demonstra que o problema não é só meu), mas passadas umas cem páginas, dá para acostumar.
O primeiro volume trata de uma investigação de Blomkvist a respeito do desaparecimento de uma jovem mais de quarenta anos antes em uma cidade do interior da Suécia, em que é auxiliado por Salander. É realmente excelente e pode ser lido sozinho, mesmo que você não ache que vai ter paciência para as cerca de 1.500 páginas dos três volumes combinados. Como disse, é um thriller policial, mas tem uma pegada política e jornalística que deixa o texto muito interessante.
O segundo volume trata do envolvimento de Salander com o assassinato de dois jornalistas e da tentativa de Blomkvist de ajudá-la a provar sua inocência. Este fica meio estranho se lido sozinho e é um pouco inferior ao primeiro, mas também é acima da média.
Mesmo se você não estiver a fim de encarar a trilogia, leia o primeiro volume. É uma boa estória e vale a pena para ter um contato com um texto vindo de um lugar improvável como a Suécia. Assim que ler o terceiro volume, eu adicionarei aqui um comentário sobre ele também.
OBS – E por incrível que possa parecer, foi melhor ler no Kindle em inglês do que no papel em português. Para ler livros grandes, o Kindle é mesmo imbatível (no conforto e no preço do livro).
Só para complementar - li o terceiro volume em maio de 2011. É uma sequência direta do segundo, continuando do exato ponto em que acaba "A Menina que Brincava com Fogo". Muito bom também e vale a pena. É uma pena que o autor tenha falecido logo após entregar os manuscritos para esta trilogia. Ele era realmente acima da média.
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