segunda-feira, 14 de março de 2011

Ken Follett e o "Mundo Sem Fim"

Existem alguns escritores que escrevem em escala industrial. Eles publicam tanto, que acho que a única explicação é terem uma bela equipe por trás, fazendo pesquisa e escrevendo boa parte dos textos. Uns exemplos são: Tom Clancy, John Grisham e Ken Follett.

Enquanto Clancy é especializado em livros de espionagem e ações militares e Grisham é especializado em livros sobre advogados e processos, Ken Follett é algo à parte. Ele escreve sobre temas absolutamente díspares e em geral o faz de forma muito competente, mas prefiro os seus romances históricos.

Acabo de ler "Mundo Sem Fim", que é um desses romances. O livro se passa algumas gerações após "Os Pilares da Terra", durante o século XIV (época da Peste Negra e de umas das várias guerras entre Inglaterra e França), na cidade fictícia de Kingsbridge na Inglaterra e envolve um grupo de 5 personagens principais: um arquiteto/construtor, um cavaleiro, um monge, uma camponesa e uma "médica", cujas vidas vão se entrelaçando ao longo do texto. A trama é muito bem concebida e complexa o suficiente para não ser possível condensar em um filme e muito menos resumir aqui. Basta dizer que é muito boa e faz valer a pena as mais de 900 páginas da versão em português.
Além disso, as descrições dos costumes da época, das cenas de batalha, das disputas jurídicas, dos detalhes de arquitetura, das particularidades da medicina e do comércio são cuidadosas e detalhadas, colaborando muito com a verossimilhança da estória, de modo que mesmo que o leitor não goste da trama, certamente acaba pelo menos aprendendo algumas coisas novas e não vai ficar com a sensação de ter perdido seu tempo com o livro.

E é isso que é interessante no caso de Ken Follett. Ele pode escrever livros bons e longos, que obviamente demandaram muita dedicação e pesquisa, como pode escrever livros absolutamente descartáveis. Vai, então, a minha classificação pessoal sobre os que li:

- "Noite Sobre as Águas" - mediano;

- "Código Explosivo" - descartável (não consigo nem me lembrar direito do que se tratava, o que é um mau sinal);

- "O Homem de São Petesburgo" - médio para bom, embora a trama tenha algumas coincidências infantis, do tipo de novela mexicana, que seriam bem dispensáveis;

- "O Vôo da Vespa" - descartável, também.

- "O Buraco da Agulha" - pelo menos bom, mas como já li há muito tempo, posso estar sendo injusto e pode ser ótimo. Mas sei que merece ser lido de novo.

Ken Follett tem um site oficial, onde pode-se ler os primeiros capítulos dos livros e identificar os títulos e editoras em cada país. É o: http://www.ken-follett.com/

Ainda não li o mais recente "Queda de Gigantes", mas só ouvi falar bem por enquanto. Assim que ler, digo o que achei. Mas, pelo tamanho, vai demorar um bocado.

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