domingo, 16 de setembro de 2012

Dívida de Honra

Todo mundo gosta de ler alguma bobagem de vez em quando, especialmente nas férias. A minha bobagem preferida para férias atende por Tom Clancy: são livros enormes (para quando você tem tempo disponível para desperdiçar sem dor na consciência), baratos para comprar no Kindle e duros de largar.


Para quem não sabe de quem estou falando, ou nunca fez associação entre os livros e filmes que ele escreve, é o autor criador dos personagens Jack Ryan e John Clark, que você já deve ter visto em filmes como Caçada ao Outubro Vermelho, Perigo Real e Imediato ou A Soma de Todos os Medos, ou ainda em videogames como a série Rainbow Six, Ghost Recon ou Splinter Cell. Sim, se você prestar atenção, todos esses filmes e jogos, assim como os livros, são interconectados e a maior parte deles integra uma sequência.

Nas últimas férias eu li "Dívida de Honra", que não foge do roteiro clancyano tradicional: uma conspiração dos zaibatsu inicia uma guerra entre Japão e os EUA e Jack Ryan é chamado para ajudar a resolver a crise com seus insights fabulosos sobre política internacional. O curioso em "Dívida de Honra" é como a coisa começa a partir de uma briga comercial entre empresas de autopeças, avança por um lote de tanques de gasolina defeituosos, passa pela destruição de dois submarinos nucleares, uma invasão japonesa nas Marianas e chega a um ataque em Washington, que é o ponto alto do livro.

Uma coisa que se pode dizer a respeito de Clancy é que ele tem um cuidado bastante grande em imaginar cenários de guerra e em tornar factíveis situações absurdas. Neste caso, a solução que ele dá para equilibrar as forças entre Japão e EUA a fim de tornar o conflito verossímil é bastante elegante: ele consegue dar armamentos nucleares aos japoneses, criar uma crise financeira mundial, incapacitar os porta-aviões americanos no Pacífico, afundar os submarinos que mencionei acima e explodir o capitólio com um Boeing. "Dívida de Honra" não é novo, foi escrito em 1994 e é impossível não imaginar se essa ideia de destruir o Capitólio com um Boeing não foi lida pelo Osama.

Claro que Jack Ryan e John Clark salvam o dia, inclusive com Ryan chegando à presidência americana, mas isso é sempre esperado. De qualquer modo, o livro é divertido e serve como um bom passatempo.

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