quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Rei do Inverno, O Inimigo de Deus e Excalibur

"Não seja absurdo, Derfel". A frase dita por Merlin a Derfel, protagonista da trilogia de Bernard Cornwell que forma as Crônicas do Rei Artur, aparece diversas vezes ao longo dos três volumes e parece um lembrete do autor para si mesmo, num esforço para se obrigar a manter o realismo e a verosimilhança do texto.

Eu comprei e li o primeiro livro ("O Rei do Inverno"), sem saber que se tratava de uma trilogia, mas não cometa o mesmo erro: se não for para ler os três, nem comece, pois eles não são independentes. O segundo volume é "O Inimigo de Deus" e o terceiro "Excalibur".

Mas vamos ao que interessa: o trabalho é fantástico. Conta uma possível história de Artur (que na verdade nunca foi rei de coisa nenhuma), ao longo do tumultuado século V, imediatamente anterior à Idade Média. Há um esforço grande em apresentar em detalhes a vida da época, a situação política e principalmente as batalhas contra os invasores saxões, que levaram Artur à condição de grande líder militar da Bretanha.

A narração usa o ponto de vista de Derfel Cadam, um protegido de Merlin que acompanha toda a trajetória de Artur, a princípio como guerreiro de seu exército e posteriormente como líder militar e amigo. Aparecem os diversos nomes conhecidos e esperados, como Guinevere, Lancelot, Tristão, etc., mas sempre em um contexto relevante e com participação importante na trama (aliás, quem nunca topou muito o tal Lancelot, vai se divertir).

Para quem gosta de história é um prato cheio, que descreve uma época muito pouco documentada e com a qual temos muito pouco contato. Para quem apenas quer um bom livro, também. Ou seja, recomendo com entusiasmo, mas vá preparado para levar um bom tempo na leitura dos três volumes e também para gastar uma boa grana, pois cada um gira na faixa de R$ 45,00 (mas valem cada centavo).

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