Segundo notícia divulgada no Estado de São Paulo de 31 de março, "um novo condomínio que ocupará uma área de 3,5 milhões de metros quadrados - mais que o dobro do Parque do Ibirapuera, na capital - está em processo de licenciamento ambiental. Caso seja aprovado, cerca de 660 mil m2 de mata de restinga deverão ser desmatados para abrigar casas, prédios, hotéis e centros comerciais".
Fiz uma breve pesquisa e posso estar errado, mas pelo que identifiquei, a área em questão é esta aqui:
Para dar uma ideia melhor, 3,5 milhões de m2 equivalem a uma área de 3,5 km por 1 km de mata. O empreendimento é uma iniciativa da empresa Brasfanta e o projeto não é novidade. Um relatório do Instituto Ekos Brasil de junho de 2008 e disponível no endereço http://www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/publicacoes_mata_atlantica/?23280/Diagnstico-Socioambiental-e-Cultural-do-Polgono-Bertioga, já mencionava empreendimento entre outros quatro que estavam em licenciamento na região na ocasião do estudo:
"- Brasfanta Empreendimentos – empreendimento com aproximadamente 3.350 ha, na praia de Itaguaré, a ser instalado sobre área com vegetação de restinga florestal totalmente preservada. Está dividida em três glebas, com previsão de (a) gleba 1 - estrutura náutica, (b) gleba 2 - com 319 lotes unifamiliares, e(c) gleba 3 - com 1.680 unidades multifamiliares;
- Condomínio Guaratuba – empreendimento com 18 prédios de dez andares cada, que ficará na foz do Rio Guaratuba, de frente para o mar e em área de mata ciliar do Rio. Este empreendimento também ocupará parte do Costão Rochoso de Guaratuba; -
Riviera de São Lourenço – implantação de novos módulos. Várias torres já se encontram em fase de implantação;
- Fazenda Acaraú – megaprojeto que prevê centros comerciais, torres residenciais e lotes, num total de 3.500 ha."
Segundo o que ouvi em entrevista na CBN esta semana, o projeto da Brasfanta foi recusado na primeira tentativa de licenciamento e agora está sendo apresentado novamente, com modificações. Ao contrário do que diz a matéria do Estado, na entrevista foi mencionado que a empresa que está apresentando o projeto agora se chama Buriqui, mas, se a Brasfanta respondeu à reportagem do jornal, é provável que se trate do mesmo grupo.
A questão com esta região é que se trata de uma área importantíssima de restinga, uma das últimas do litoral paulista e que atua como região de amortecimento para o parque da Serra do Mar. É mesmo necessário construir este condomínio bem ali? Há inúmeras áreas já desmatadas e urbanizadas pelo litoral que podem ser usadas para ocupação. É claro que não deste tamanho, nem em locais tão nobres, mas qual o sentido de se derrubar vegetação nativa e rara para abrir novos espaços para ocupação de veraneio, sem necessidade?
Não me entenda mal. Não sou contra, por exemplo, a derrubada de uma área de mata para atender necessidades reais, para obras que beneficiarão muito uma quantidade enorme de pessoas. É o caso, por exemplo, do trecho norte do Rodoanel ou mesmo, vá lá, uma hidrelétrica nova. Só acho que há motivos e motivos para ações deste tipo, mas este aqui, sinceramente, não me parece nada nobre.
Fiz uma breve pesquisa e posso estar errado, mas pelo que identifiquei, a área em questão é esta aqui:
Para dar uma ideia melhor, 3,5 milhões de m2 equivalem a uma área de 3,5 km por 1 km de mata. O empreendimento é uma iniciativa da empresa Brasfanta e o projeto não é novidade. Um relatório do Instituto Ekos Brasil de junho de 2008 e disponível no endereço http://www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/publicacoes_mata_atlantica/?23280/Diagnstico-Socioambiental-e-Cultural-do-Polgono-Bertioga, já mencionava empreendimento entre outros quatro que estavam em licenciamento na região na ocasião do estudo:
"- Brasfanta Empreendimentos – empreendimento com aproximadamente 3.350 ha, na praia de Itaguaré, a ser instalado sobre área com vegetação de restinga florestal totalmente preservada. Está dividida em três glebas, com previsão de (a) gleba 1 - estrutura náutica, (b) gleba 2 - com 319 lotes unifamiliares, e(c) gleba 3 - com 1.680 unidades multifamiliares;
- Condomínio Guaratuba – empreendimento com 18 prédios de dez andares cada, que ficará na foz do Rio Guaratuba, de frente para o mar e em área de mata ciliar do Rio. Este empreendimento também ocupará parte do Costão Rochoso de Guaratuba; -
Riviera de São Lourenço – implantação de novos módulos. Várias torres já se encontram em fase de implantação;
- Fazenda Acaraú – megaprojeto que prevê centros comerciais, torres residenciais e lotes, num total de 3.500 ha."
Segundo o que ouvi em entrevista na CBN esta semana, o projeto da Brasfanta foi recusado na primeira tentativa de licenciamento e agora está sendo apresentado novamente, com modificações. Ao contrário do que diz a matéria do Estado, na entrevista foi mencionado que a empresa que está apresentando o projeto agora se chama Buriqui, mas, se a Brasfanta respondeu à reportagem do jornal, é provável que se trate do mesmo grupo.
A questão com esta região é que se trata de uma área importantíssima de restinga, uma das últimas do litoral paulista e que atua como região de amortecimento para o parque da Serra do Mar. É mesmo necessário construir este condomínio bem ali? Há inúmeras áreas já desmatadas e urbanizadas pelo litoral que podem ser usadas para ocupação. É claro que não deste tamanho, nem em locais tão nobres, mas qual o sentido de se derrubar vegetação nativa e rara para abrir novos espaços para ocupação de veraneio, sem necessidade?
Não me entenda mal. Não sou contra, por exemplo, a derrubada de uma área de mata para atender necessidades reais, para obras que beneficiarão muito uma quantidade enorme de pessoas. É o caso, por exemplo, do trecho norte do Rodoanel ou mesmo, vá lá, uma hidrelétrica nova. Só acho que há motivos e motivos para ações deste tipo, mas este aqui, sinceramente, não me parece nada nobre.
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