sábado, 2 de maio de 2009

Reconhecimento de Padrões

É interessante como a qualidade de livros de um mesmo autor varia tanto ao longo do tempo. Nem sempre para melhor.

Acabei de ler "Reconhecimento de Padrões" de William Gibson. Não é ruim. Mas também não chega perto de "Neuromancer", que acho ser um dos bons que já li. 

Em "Neuromancer", de 1984, Gibson criou um universo futurista complexo, em que não só previu o advento da Internet como também visualizou com incrível clareza uma infinidade de conceitos como firewalls, hackers e outros, lançando as bases do gênero cyberpunk. Mas o núcleo do livro é mais profundo. Aborda principalmente integilência artifical e tem sucesso em fazer pensar, enquanto consegue manter uma trama movimentada, interessante e convincente. 

Já em "Reconhecimento de Padrões" não vemos nada de revolucionário ou mesmo inovador, como em "Neuromancer". É um livro mediano, em que em algumas situações exigem uma dose de boa vontade do leitor para digerir questões como a doença da protagonista (uma "alergia" a logotipos e marcas registradas ?!?), que apesar de ser muito pouco verossímil, é fundamental na trama. Ou seja, a obra tem algumas premissas muito fracas. Dá para ler, mas...

Enfim, se você quer ler algo de Gibson, procure "Neuromancer". Só depois, eventualmente, "Reconhecimento de Padrões". Se inverter a ordem, corre o risco de mandar um grande autor para a geladeira.

Para conhecer mais sobre as obras de William Gibson, o seu verbete na Wikipedia está bem completo:

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